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La Monaca di Monza - tour literário




A cidade de Monza, distante 23 Km de Milão, tem um série de locais descritos pelo escritor Alessandro Manzoni (1785 a 1873) no famoso livro “Os Noivos” (I Promessi Sposi). Publicado pela primeira vez em 1823, foi assunto aqui no Blog na postagem voltada à cidade de Lecco, também na Lombardia, e cerca de 40 km de Monza. Se você está programando um viagem à região, gosta de literatura e da cultura italiana não ignore este post. Muito menos deixe de lado a leitura do romance de Manzoni, você vai se deparar muitas vezes com ruas, praças, estações, monumentos, cafés e infinitas referências ao escritor por toda a Itália, já que o romance em questão é considerado o mais importante da literatura italiana.

Em Monza a ‘Monaca’ é extremamente conhecida ao lado de outros dois personagens femininos de épocas diferentes:

  • a rainha Margherita(1851 a 1926),  que foi a primeira rainha do  reino  de Itália ( falei dela na postagem anterior, lembra!? Se não lembra ou não leu acesse AQUI);
  • a Rainha Teodolinda(570 a 628) mais conhecida como a rainha dos lombardos (da qual falarei no próximo post).


A “Monaca di Monza” 


A palavra Monaca no italiano,  serve para designar freira, irmã. A personagem  aparece no capítulo 9 do romance de Manzoni. Tem um diálogo com a personagem Lucia que após fugir de Lecco é levada a Monza ao convento em que encontra-se, tal freira. O escritor descreve-a como uma ‘freira particular’, trazendo detalhes do olhar e da personalidade misteriosa.

Seu nome era Marianna de Leyva e realmente existiu, tendo vivido na cidade de Monza entre 1575 e 1650. Tornou-se após os votos a irmã Virgínia.

Sua história era muito conhecida em Monza, quando Alessandro Manzoni acabou por eternizá-la também através da literatura. Na parte da trama do romance que se passa na cidade de Monza a freira tem destaque entre os personagens.
Não faltam quadros de pintores famosos que a retratam. Inclusive na Pinacoteca di Brera e no Museu do Castelo Sforzesco. Assim como diversos são os filmes e peças de teatro contando sua triste história.


A Monza presente no Romance de Manzoni


Entre os locais que o escritor Manzoni nos descreve em Monza estão a Igreja de São Mauricio que no passado era dedicada a Santa Margherita e encontra-se na Praça de mesmo nome.  Para chegar até ali é preciso pegar a Via Carlo Porta que é  uma pequena travessa da Via Vittorio Emanuele.  Tal igreja surgiu no local do convento de Santa Margherita  e é até  hoje ocupada pela ordem. O local é citado no romance, como aquele onde ocorre a relação entre a freira e seu amante. Apresentados no livro com os nomes fictícios de irmã 
Gertrude e Egidio.  Mas na vida real tinham os nomes de irmã Virgínia e conde Gian Paolo Osio. Segundo documentos afirma-se que  viveram uma relação que durou mais de dez anos, entre os anos de 1598 e 1608.
Ambos tiveram dois filhos, um menino que nasceu morto e uma menina que acabou sendo reconhecida como filha por Gian Paolo e criada pela avó paterna.


 A freira por gozar da proteção do clero, pois era oriunda de família nobre de Monza, era tratada dentro do convento de maneira destacada das demais freiras. Mas após a morte do conde Gian Paolo, seu amante, ela acaba sendo condenada a viver em regime de solitária por 13 anos num pequeno quartinho do Mosteiro de Santa Valéria. Por ter sobrevivido acabou seus dias em tal retiro.
Manzoni adaptou alguns fatos da história real para seu romance, tais como dados biográficos, entre estes os nomes das personagens.


A personagem da freira de Monza nos faz pensar na condição da mulher no período. Na época o primeiro filho era quem recebia a herança da família, mas tratando-se de filha mulher a hereditariedade ficava comprometida. Tal fato fazia com que muitas primogênitas fossem conduzidas a vida religiosa, pois se decidissem casar passavam a ser propriedade do marido e os filhos receberiam assim o sobrenome do pai, comprometendo a hereditariedade da família.

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DICAS DA LU
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Se você se interessou pela história da ‘monaca di Monza’, sugiro que, além da Igreja de San Maurizio, visite alguns dos locais da cidade de Monza  que Manzoni descreve em seu livro:

  • Via della Signora;
  • Via de Lyeva(tem uma Santinha que relembra a freira);
  • O antigo convento  dos capuchinhos de Via Marsala, 44;
  • Museu Civico.

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Stefano Bersani (1872-1914), Il silenzio, 1906

Enquanto fizer seu tour literário por Monza, reflita sobre a condição desta mulher que não teve a opção de decidir por seu destino e repense a sua condição, seja como mulher viajante que se move livremente por este mundo ou como homem da contemporaneidade. Honre estas mulheres do passado que eram condenadas apenas pelo fato de serem mulheres.
A Santinha da Via De Leyva

Agradeça sempre!

Espero que seu tour literário por Monza lhe conduza a tantas reflexões,  que sua leitura possa ajudar a entender esta Monza por onde até hoje nomes nobres desfilam nos grandes prêmios de formula I.

e espero

 também

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Fontes 

https://www.mbnews.it/2013/11/la-monaca-di-monza-ecco-il-suo-convento-e-altri-luoghi-del-manzoni/

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:002_Monza_via_De_Leyva_santella.jpg

http://www.ilpiacenza.it/eventi/teatro/vigoleno-letteratura-luoghi-storia-promessi-sposi-1-7-agosto-2015.html



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